Ícone do site Travel Tips Brasil

Como não passar mal no avião? Dicas e curiosidades.

como-não-passar-mal-no-avião

Acredito que uma preocupação geral é como não passar mal no avião. Quem viaja com frequência já deve ter se deparado, em algum momento, com o chamado no alto-falante de um médico voluntário a realizar um atendimento emergencial.

O que fazer? Como proceder? O que acontecerá? Quais são os recursos a bordo? E se não houver algum médico a bordo, o doente estará desamparado? Tanto passageiros quanto profissionais de saúde tem dúvidas nesse momento…

Você também pode se interessar por:

Como não passar mal no avião – O que precisamos saber?

Cerca de 3 bilhões de passageiros voam anualmente. Não só ficam com restrição de mobilidade prolongada dentro de uma lata de metal, como o fazem em condições ambientais não usuais à maioria: baixa pressão atmosférica.

Quando o avião atinge altura máxima de cruzeiro (41.000 pés ou 12.500m), a cabine fica pressurizada ao equivalente a aproximadamente 8000 pés (2.400m), suficiente para causar mal da montanha numa parcela das pessoas.

Estima-se que cerca de 160 vôos por dia apresentam alguma emergência médica, ou algo em torno de uma a cada 600 vôos. Quase 50% das emergências a bordo são atendidas por algum profissional de saúde voluntário.

Assim, as companhias aéreas e os passageiros precisam estar preparados: emergências acontecerão. As empresas americanas, ou que operam em território estadunidense, obedecem às determinações da Federal Aviation Administration, pioneira na questão.

A tripulação da aeronave deve ser treinada em primeiros socorros, com recapacitação frequente (anual ou bianual), e ter acesso rápido a profissionais de saúde em terra, por serviços de telemedicina, para orientações tecnicamente embasadas.

Importante salientar que passageiros profissionais de saúde não possuem autoridade sobre os pilotos, e qualquer decisão sobre pouso de emergência e desvios de rota são responsabilidade final do comandante da aeronave, em conjunto com a equipe de apoio em solo. A tripulação do avião também pode negar a ajuda do profissional voluntário caso o mesmo não tenha como comprovar sua habilitação.

Apesar do dever profissional de prestar socorro em emergências, não se espera, ou exige, que médicos façam tratamentos ou procedimentos para os quais não estejam capacitados, ou que trabalhem alcoolizados, sedados ou sob efeito de medicamentos que venham a comprometer seu pensamento crítico sobre o caso. Também a legislação americana protege o profissional voluntário contra processos de má prática, sabendo ser um ambiente sem os recursos ideais de atendimento.

Ademais, toda aeronave deve possuir um equipamento emergencial mínimo, composto de oxigênio, desfibrilador, e um kit de primeiros socorros/emergências médicas.

Vai viajar? Garanta já o seu seguro de saúde!

O que tem no kit de emergência do avião?

O kit mínimo contém estetoscópio, aparelho de pressão, máscara autoinsuflável de ventilação (ambu), luvas, vias aéreas artificiais orofaríngeas, frascos de soros para hidratação, antisséptico tópico, garrote, tesoura, equipos, agulhas e seringas; e alguns medicamentos, como adrenalina, atropina, lidocaína, anti-histamínicos, analgésicos não narcóticos, aspirina, glicose hipertônica, nitroglicerina e broncodilatadores inalatórios; esparadrapos, atadura e hastes de imobilização. Uma série de outros itens podem variar de empresa para empresa.

Quais são os sintomas comuns?

E quais são os problemas de saúde mais comuns? Muitos dos sintomas estão relacionados com altitude, ou com o movimento, acarretando cinetose, ou seja, a sensação de “mareamento”. São eles:

Estima-se que cerca de 7% das emergências levam o avião a alterar a rota, 25% precisam de alguma avaliação médica após a viagem, 9% precisam de internação, e apenas 0,3% morrem.

Como prevenir não passar mal no avião?

O ideal seria sempre uma consulta de medicina de viagem antes de viajar ou, pelo menos, com seus médicos assistentes habituais, principalmente pessoas de mais idade ou portadoras de doenças crônicas cardiopulmonares.

Quem sofre de cinetose, enjoando em veículos, deve estar preparados. Doenças crônicas devem estar bem controladas, e os doentes devem andar com todos os seus medicamentos e suas receitas médicas.

Qualquer doença aguda, principalmente infecciosa – gripes/resfriados, otites, sinusites, gastroenterites, etc. – pode se agravar ou complicar no ambiente da aeronave, por isso já deveria estar adequadamente avaliada e tratada antes do embarque.

Os passageiros devem usar roupas confortáveis e adequadas à temperatura, devem se movimentar, caminhar periodicamente, para diminuir o inchaço nos membros inferiores e prevenir trombose venosa profunda nas pernas – algumas pessoas, inclusive, devem usar, sob orientação médica, meias elásticas de compressão.

Por fim, os viajantes devem se alimentar adequadamente e ter bastante cuidado com a hidratação. Qualquer substância psicotrópica, seja álcool, sedativos e outros, lícitos ou não, tem efeitos potencializados pela altitude e deveriam ser usados com extremo cuidado.

Referências:

NABLE, J. V. et al. In-Flight Medical Emergencies during Commercial Travel. The New England journal of medicine, v. 373, n. 10, p. 939–945, 3 set. 2015.

PETERSON, D. C. et al. Outcomes of Medical Emergencies on Commercial Airline Flights. The New England journal of medicine, v. 368, n. 22, p. 2075–2083, 30 maio 2013.

   
Sair da versão mobile