Em fevereiro de 2017, resolvi fugir do calor e do agito do Rio de Janeiro pra descansar, então aproveitei a folguinha do Carnaval para aumentar meus dias de férias (quem nunca? 😜). O destino escolhido foi o Reino Unido, mas como voamos com a TAP, aproveitamos a escala e fiquei três noites no Alentejo Portugal 🇵🇹, para conhecer as vinícolas deste destino que eu amo!
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Visitar essa região produtora de vinhos estava na minha bucket list! Alguns já estão chamando a área de a nova Toscana, então aproveitei esses dias para pelo menos ter uma ideia do que é o local! Já adianto que foi uma correria! Pra quem gosta desse tipo de passeio, 3 dias não são nada e eu super recomendo ficar mais tempo.
Quando ir ao Alentejo Portugal
É bem verdade que a época menos bonita para visitar o Alentejo é durante o inverno. Não estava muito frio – ok, para os padrões cariocas estava nevando 😂. A temperatura costumava ficar acima dos dez graus e não choveu muito, apesar de fevereiro ser um dos meses mais chuvosos na região.
Durante a estada, nos disseram que nos meses de junho a agosto fica um calor violento, com temperaturas chegando aos 40 graus, bem incômodo. A vindima costuma ocorrer em setembro e em outubro; apesar de ser mais frio, ainda é possível ver o colorido da vegetação local.
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Onde Ficar
Ficamos hospedados em Évora, que fica a aproximadamente uma hora e meia de carro desde Lisboa. A viagem foi bem tranquila, as estradas são ótimas e foram 9 euros de pedágio – ou portagem como chamam os locais.
Optamos pelo hotel M’AR de Ar Aqueduto e amamos! Este hotel (foto abaixo) surgiu de uma adaptação do antigo Palácio dos Sepúlveda, é super completo e fica no centro histórico de Évora que, vale lembrar, foi classificado como Património da Humanidade pela UNESCO. Como é bem central, dá pra fazer bastante coisa a pé, o que é ótimo.
O quarto é muito confortável, o café da manhã é super completo e o staff foi bem cordial. Como reservamos com alguma antecedência, conseguimos as diárias num valor super bom, menos de R$300,00 com café incluído.
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Vinícolas visitadas no Alentejo Portugal
Como tínhamos somente três dias, optamos por explorar Évora em um deles, a região de Reguengos de Monsaraz em outro e Estremoz ao final. Como foi uma correria, somente conseguimos passar por Estremoz, mais um motivo pra eu já querer retornar!
Pra facilitar a viagem, sempre faço um mapa dos locais que serão visitados no Google Maps:
Évora
Fundação Eugênio de Almeida
Achei muito interessante a história da Fundação Eugênio de Almeida, é sem dúvidas a visita que todo mundo quer fazer no Alentejo. O fundador sempre investiu na região, já que era muito ligado à filantropia. Assim, na década de 1960, criou a Fundação e transformou seu projeto pessoal em uma instituição que representa o Alentejo e traz benefícios à comunidade local.
A visita tem que ser agendada, pois é bem concorrida. Há diferentes opções e o preço por pessoa variava entre 20 e 30 euros à época. A visita é feita com um guia (a nossa era ótima) em grupos de aproximadamente 20 pessoas.
Optamos pela degustação São Bruno, que incluía a prova dos azeites e dos vinhos Scala Coeli Branco, Pêra-Manca Branco e Cartuxa Tinto Reserva. Vale destacar que o Pêra-Manca Tinto não está incluído em nenhuma das degustações ofertadas, porém cada visitante pode comprar uma garrafa. Custa 195 euros e vem em uma caixa linda de madeira!
Não foi a nossa visita favorita. Os vinhos são excelentes, sem dúvidas! No entanto, tal como já vimos em outras vinícolas famosas, havia bastante gente muito mais interessada na postagem da experiência nas redes sociais do que em conhecer a história do local, os outros vinhos e o processo produtivo.
Ficamos com a impressão de que muitos estavam na visita apenas para comprar o Pêra-Manca pelo preço menor do que o encontrado nas demais lojas. Uma pena!
Fita Preta
Conhecemos um dos vinhos top desta vinícola numa visita ao El Corte Inglés do Porto. Amamos e priorizamos esta visita, que não é das mais famosas no Alentejo. Chegando lá, fomos recebidos por dois funcionários e pudemos visitar toda a propriedade.
A Fita Preta surgiu de uma parceria entre um enólogo Português, Antônio Maçanita, e um viticultor inglês, David Booth, em 2004. A produção conta com castas alentejanas, como Trincadeira e Antão Vaz, uvas portuguesas, como a Touriga Nacional e a Baga, bem como castas estrangeiras, como Cabernet Sauvignon ou Syrah.
No local, vimos o processo de rotulagem manual, passamos pelas barricas e tanques, degustamos queijos de produtores locais, bem como os vinhos, foi tudo muito bom! O custo era de 15 euros por pessoa, mas tivemos o valor isentado em razão dos vinhos adquiridos, todos excelentes, com destaque para o Palpite reserva branco e para o Preta, vinho que inspirou nossa visita!
Visitar vinícolas menores é sempre muito interessante e costuma ser uma grata surpresa, recomendo a escolha pelo menos uma para incluir no roteiro.
Reguengos de Monsaraz / Albernôa
Malhadinha Nova
Fonte: Booking.com
Na próxima vez que eu visitar o Alentejo, com certeza me hospedarei no hotel da vinícola, o Herdade da Malhadinha Nova Country House & Spa! Que lugar sensacional! Em comparação com outras regiões produtoras visitadas, essa foi uma das melhores, senão a melhor visita à vinícola que eu já fiz até hoje.
Os grupos são pequenos, o que muito me agrada. Fizemos a visita com mais um casal de brasileiros que conhecemos no local. Foi uma vibe tão legal que eles até seguiram com a gente para a vinícola seguinte.
A Elisa, funcionária que nos atendeu, foi um amor! Optamos pela degustação de cinco vinhos (25 euros por pessoa), mas no fim das contas acabamos provando até mesmo os vinhos diretamente dos barris e dos tanques, foi muito legal a experiêcia! Não sei bem como explicar, mas foi como se estivéssemos em casa bebendo com amigos, amamos!
A Herdade da Malhadinha Nova é uma empresa familiar e um projeto relativamente novo, iniciado em 1998. Uma boa demonstração de que se trata de uma vinícola familiar são os rótulos dos vinhos, todos baseados em desenhos dos filhos dos dois irmãos que fundaram a Malhadinha. Olha que legal:
O restaurante da vinícola é SUPER recomendado e quem já foi diz que é imperdível, mas ele fecha aos domingos e segundas-feiras, então não conseguimos comer por lá.
Pra mim, um must see do Alentejo! O trajeto desde Évora até a vinícola durou pouco mais de uma hora. É só olhar nosso mapinha acima e seguir as coordenadas para chegar lá!
Cortes de Cima
Outra visita maravilhosa que fizemos por lá! Eles são muito famosos pelo vinho tinto Incógnito, um syrah delicioso, mas há vários outros vinhos que são ótimos! Pudemos degustar vários exemplares que só são servidos por lá.
Fomos atendidos pelo José Eduardo, super querido. Aliás, acho que é por isso que gostamos tanto do Alentejo Portugal, no geral as pessoas são genuinamente simpáticas e isso ganha qualquer turista! Quem não gosta de ser bem recebido, né?!
Optamos pela degustação “uma viagem aos monovarietais”, que inclui o Incógnito, mas depois de conversarmos com o José Eduardo, ele montou uma degustação pra gente com o que de melhor ele tinha por lá, foi fantástico! É lógico que para finalizar, compramos uma garrafa do Incógnito, ficamos contemplando a vista e batendo papo! Não dá para perder essa oportunidade, né?
Onde Comer no Alentejo Portugal
Em Évora, fomos a três restaurantes e não conseguimos ir na Enoteca Cartuxa, restaurante da Fundação Eugênio de Almeida que fica no centro histórico. É super importante fazer reserva e nós demos mole… Não façam como nós!
Dentre os visitados, eu recomendo os seguintes restaurantes:
Degust’Ar
Restaurante do nosso hotel em Évora. Melhor jantar da nossa viagem, estava tudo tão bom que eu até esqueci de fazer o registro!
Fialho
Restaurante famoso de Évora, fica sempre cheio. É ideal fazer reserva, pegamos os dois últimos lugares para almoço quando fomos. A carta de vinhos é boa e a comida muito gostosa.
Como se deslocar pela região do Alentejo Portugal
Optei por fazer os trajetos de carro alugado, mas para que isso fosse feito com segurança, somente marcamos duas visitas por dia, que sempre eram feitas com calma. Em Portugal, há um limite permitido de consumo de álcool e desde que você respeite isso, fica tudo bem! Foi o que fizemos!
Para o aluguel de carro, basta ter a habilitação brasileira válida (CNH). Alugamos no próprio aeroporto de Lisboa e, no geral, é bem tranquilo dirigir na terrinha! Recomendamos alugar o carro com a RentCars que cota diversas locadoras e sempre disponibiliza ótimas opções!
Se você está planejando ir para Portugal, e o Porto está no seu roteiro não deixei de incluir o WOW – World of Wine em Gaia – que são sete museus temáticos sobre a bebida de Baco. Dica da nossa amiga Ruthia do Berço do Mundo!
Veja também o post sobre O Melhor do Porto que inclui boas dicas do blog World by 2.
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